Agora é lei: Mandaguari tem Dia da Fibromialgia

O nome é difícil, assim como a vida de quem convive com ele. Fibromialgia é uma síndrome na qual a pessoa sente dores por todo o corpo durante longos períodos, com sensibilidade nas articulações, nos músculos, tendões e em outros tecidos moles.

Junto com a dor, a fibromialgia também causa fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, depressão, ansiedade e formigamento nas mãos, pés e costas. A síndrome é predominantemente feminina. Estima-se que a cada dez portadores, ao menos sete são mulheres.

Até o momento não existem causas comprovadas para a doença, mas alguns fatores estão frequentemente associados a ela, como questões genéticas, infecções por vírus, doenças autoimunes e traumas físicos ou emocionais que podem desencadear a fibromialgia.

As vereadoras Clarice Pereira e Márcia Serafini resolveram trazer à tona o debate sobre a doença. É de autoria das duas o Projeto de Lei N° 003/2019, que institui em Mandaguari o Dia da Fibromialgia.

O projeto determina que na semana em que incidir o dia 12, o município deve desenvolver campanhas educativas, esclarecendo à população sobre o que se trata a Fibromialgia, seus sintomas e quais são as formas de melhorar a qualidade de vida dos doentes.

Além disso, caberá também ao município oferecer todo o atendimento aos pacientes, como atendimento multidisciplinar com médicos, psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas.

O projeto foi aprovado e se tornou a Lei 3.245/19. Agora, cabe a Secretaria de Saúde criar meios de cumprir todas as determinações previstas e tornar este assunto cada vez mais comum e debatido.

Personagem

A mandaguariense Anna Cláudia Martins, de 35 anos, sofre de Lúpus, Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF) e Fibromialgia.

“O diagnóstico da Fibromialgia só foi dado pelo Reumatologista há um ano, pois é muito difícil diagnosticar. São vários sintomas juntos e não tem um exame para comprovar a síndrome. Foram meses de exames sendo feitos toda semana”, explica.

Sobre como é conviver com a fibromialgia, Anna conta que “as dores são contínuas. Você quase não dorme e, quando consegue, acorda já sentindo dores. Eu mesma só consigo dormir bem quando tomo o medicamento. Sem ele, tenho insônia. Não tem um dia produtivo, por que não tem uma posição em que não doa. Andando, deitada, não importa, tudo dói. Eu fico irritada, não quero conversar com ninguém, às vezes. Se não bastasse isso, sou julgada, pois as pessoas não entendem que não é preguiça o que sinto, é dor”.

Sobre os medicamentos, Anna explica que “os remédios são caros e não entram na rede pública. Os que entram não são tão eficazes nas dores, digo por mim que tentei e não teve resultado”, afirmou.

Apesar de tudo, ela conta que não se deixa abalar e nem a doença mudar sua forma de viver. “Eu tento ser uma pessoa feliz pelo simples motivo de estar viva e ainda ter o poder de respirar sozinha. É doloroso viver com a fibromialgia, mas se você ficar com a cara fechada para a vida, aí o que resta é a morte. Tento ser o mais normal possível, não deixando a fibromialgia tomar conta de mim. Sou eu que tomo conta dela”, finalizou.

Novidade

No início deste mês, o Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) divulgou uma boa notícia para os pacientes que sofrem de fibromialgia: o tratamento Foto Sônico.
Não se trata de uma cura para a doença, mas de uma nova esperança para os pacientes, que poderão ter mais qualidade de vida.

Trata-se de um equipamento que realiza a aplicação conjugada de ultrassom e laser terapêutico, de baixa intensidade. Essa aplicação é feita nas mãos dos pacientes, mas os pesquisadores atestam que ela causa efeito em todo o corpo.

 

* Matéria publicada na 305ª edição do Jornal Agora