“Só queria ser normal”
Gordofobia: A gordofobia caracteriza-se por um preconceito em relação a pessoas gordas, devido a um padrão de beleza imposto pela sociedade, em que o corpo ideal e perfeito é um corpo alto, magro, com curvas e sem celulite.
Gordofobia é um termo bastante em voga e, sucintamente, significa uma aversão à gordura e a pessoas acima do peso. Primeiramente falando, estamos enraizados em uma sociedade que diariamente nos prega o desejo de um estereótipo magro e de um corpo escultural de revistas e passarelas. Assim, meramente pessoas com o perfil gordo buscam incansavelmente o desejo de serem enquadradas na sociedade, imediatamente; o desejo de não serem tratadas com indiferença mesmo sendo ofendidas verbalmente diariamente por serem gordas.
Em entrevista para á revista “Papo de gordo”, o blogueiro Alessandro Oliveira, falou sobre o assunto e contou que não sai de casa durante 11 meses, após ser chamado de gordo na rua. Consequentemente emagreceu 32 quilos, chegando até a render-se a bulimia e anorexia para conquistar o manequim 38. A dificuldade em ser aceito na sociedade não pode ser relacionada a números na balança, esse é um argumento antigo, pois, corpo magro não é sinônimo de saúde, assim como gordura não significa doença.
Então, a falta de pessoas gordas ocupando papeis importantes na sociedade e a degradação dos corpos “GG” fazem que elas almejam ser magras, sendo assim, realizando dietas “retardadas”, sem acompanhamento de um profissional especializado, privando-se de mostrar curvas do corpo, por conceito já estabelecido. A auto-aceitação até com a palavra gordo se torna chacota, e a vontade de viver torna-se cada vez menos insatisfatória, porque o problema não está no gordo, e sim na opinião formada sobre tudo!
. Na exposição “Minha carne não me define”, da artista MUM, que relaciona questões aceitação do corpo feminino, é feita uma analogia aos modelos corpos femininos, em que muitos indivíduos perdem sua essência para se encaixarem num sistema, mesmo estando completamente desconfortáveis e irreconhecíveis. Já outras têm tamanhos exagerados e causam desconforto por simbolizar o corpo de uma maneira “anormal”, mencionando, implicitamente, como estamos acostumados a vê-lo padronizado e, quando não é representado assim, causa estranhamento ou riso.
Portanto, ser gordo não é pecado, assim como ser magro não é sinônimo de pureza. Alguns comentários como “por isso que não consegue roupa” ou “já pensou em fazer uma dieta?” são extremamente preconceituosos e gordofóbicos. Certamente todos devemos ser respeitados, mesmo que não concordemos com o conceito e estereótipo que cada um é ou que cada um tem? Mesmo que sem a intenção de ofender, expressões enraizadas que menosprezam e ferem as pessoas e levam até a magreza de um esqueleto a sete palmos abaixo da terra.
Sandro Gardel é estudante de Jornalismo na Faculdade Maringá