Bailarina lutou com agressor antes de ser morta

Equipes da Polícia Civil de Mandaguari e de Maringá montaram uma verdadeira força tarefa durante a semana para solucionar o mistério acerca do assassinato da bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, 25 anos. Ela foi encontrada morta na tarde de domingo (26/1) na Zona Rural de Mandaguari, próximo da Cachoeira do Massambani.

Nesta semana, policiais realizaram diligências em Apucarana, no Vale do Ivaí, onde ouviram dois homens que residem na Cidade Alta e estiveram em uma chácara por onde Maria Glória passou antes de ser morta.

Até o fechamento desta edição do Jornal Agora, às 17h de sexta-feira (31/1), não havia nomes de suspeitos. O que a Polícia Civil confirmou é que a bailarina foi morta por estrangulamento e, antes disso, lutou com o assassino, para tentar se defender.

Jovem foi morta ainda no sábado

Maria Glória chegou à chácara de Lindalva Santos, que fica a poucos metros da cachoeira, na tarde de sábado (25/1), acompanhada pela mãe, Daísa, e pela irmã, Ana. A chácara é uma propriedade particular destinada a acampamentos e retiros espirituais e muito frequentada por pessoas da região e de outras cidades.

“Não tínhamos lugar disponível para acampamento”, disse Lindalva em entrevista a um programa de TV regional, citando que havia um treinamento de brigadistas na chácara. Comentou ainda que a jovem não estava em condições de ficar no local. “Disse à mãe dela: sua filha não está em condições de ficar aqui”.

Lindalva conta que a filha e a mãe conversaram em particular algumas vezes e insistiram na hospedagem. Ela abriu exceção para a jovem e informou que Maria Glória poderia acampar no pátio da chácara. Por volta de 16h30, Magô, como era chamada por amigos e familiares, deixou a propriedade e disse que iria acampar às margens da cachoeira.  

“Em depoimento à polícia, brigadistas notaram, no fim da tarde de sábado, que Maria Glória não tinha voltado da cachoeira e decidiram procurá-la. Foram em vários locais da mata e não encontraram. Duas horas depois, refizeram as buscas e também não a encontraram. No domingo, o corpo foi localizado em uma trilha que provavelmente esses brigadistas passaram. Acreditamos que ela foi morta em um local distante e depois foi deixada na trilha”, diz Maurício Borges, pai da vítima.

Ele conta que uma testemunha detalhou que viu Maria Glória conversando com um homem próximo a cachoeira e, pouco tempo depois, os dois se juntaram a outros quatro homens.

“Essa testemunha disse que decidiu se afastar da cachoeira quando viu esses homens, contou que sentiu uma energia ruim, não se sentiu segura. Essa testemunha, provavelmente, foi a última pessoa que viu a minha filha viva”, conclui.

Segundo a Polícia Civil, Magô foi assassinada ainda no sábado, por volta de 17h30. Maria Glória foi encontrada morta no início da tarde de domingo, pela mãe e pela irmã. Elas foram à chácara – um local de acampamento e retiro espiritual – para buscar a jovem que estava lá desde o sábado.

Foram informadas por Lindalva que a jovem saíra para um passeio próximo a uma cachoeira no dia anterior e não tinha retornado. A mãe e a irmã iniciaram buscas e encontraram o corpo da jovem na mata. O assassinato chocou familiares e amigos da vítima que esperam por justiça. O caso ganhou repercussão nacional.

Sobre a vítima

Maria Glória é filha dos maringaenses Daísa Poltronieri e Maurício Borges. A mãe da vítima é proprietária da academia Ballet Daísa Poltronieri, de Maringá.

A jovem é natural de Maringá e atuava profissionalmente na dança desde 2008 onde ingressou na Cia Pavilhão D (São Paulo-SP) para aprofundar o meio das linguagens corporais em técnicas como o Ballet Clássico, e a Dança Contemporânea, com diversos Maestros da dança.

Ministrava aulas de Ballet Clássico Avançado, Contemporâneo e Contato-Improvisação na Academia Daisa Poltronieri. Graduanda em Artes Visuais na UEM (Universidade estadual de Maringá) e Capoeirista na ACCAME (Associação Cultural de Capoeira Mandinga-Ê).

*Reportagem publicada na 335ª edição do Jornal Agora