Estudo aponta que Brasil salvaria 20 mil vidas por mês se a vacinação fosse acelerada

Um estudo da Universidade de São Paulo e da Universidade Estadual Paulista, mostra que se o Brasil ampliasse para dois milhões de doses de vacinas aplicadas por dia, 20 mil vidas seriam salvas todo mês.

A pequisa apontou que cerca de 60 mil vidas poderiam ter sido poupadas nos últimos três meses caso o ritmo de vacinação fosse mais acelerado. 

A projeção foi feita entre abril e junho, a partir de dados reais de vacinação do Brasil no primeiro trimestre de 2021. 

De acordo com a pesquisa, caso o Programa Nacional de Imunização (PNI) ampliasse para dois milhões de doses aplicadas por dia, 20 mil vidas seriam salvas por mês.

Wallace Casaca, cientista de dados e matemático da Usp/Unesp, diz que “se nós conseguirmos aplicar, tivermos a possibilidade de aplicar até dois milhões de doses por dia até o final de agosto, nós poderemos evitar 30 mil óbitos no Brasil, né? Ou o equivalente a 10 mil óbitos por mês. Isso porque por conta da gente estar caminhando, está aumentando a nossa capacidade de vacinação, embora ainda muito lento, moroso o processo, mas nós podemos ainda salvar 30 mil óbitos”. 

Após o anúncio do governo do estado de São Paulo que antecipou em 30 dias o calendário de vacinação, o ritmo de vacinação contra a Covid-19 deve ficar mais acelerado. 

O plano é aplicar a primeira dose em toda a população adulta até 15 de setembro. A previsão é vacinar 7,5 milhões de pessoas.

“O avanço é planejado com base em remessas de vacinas previstas pelo Programa Nacional de Imunização”, explica Nora Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunização.

Pelo menos nove estados anteciparam as datas de vacinação contra a Covid-19. Além de São Paulo, Pará, Rio Grande do Sul e em Goiás, a vacinação das pessoas acima dos 18 anos com a primeira dose deve ser concluída em setembro.

Segundo José Cássio de Moraes, especialista em imunização e membro do Observatório Covid-19, o sucesso da vacinação depende de dois fatores. “Que as entregas de vacinação sejam feitas com regularidade, não haja falha, e o segundo ponto, que é um ponto que depende da população, que é tomar a segunda dose da vacina”, explica.