Bolsonaro sobre demissão de ministro da Educação: faltou expertise em gestão

Com informações da Jovem Pan – Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro comentou, em primeira mão, a demissão de Ricardo Veléz Rodriguez. De acordo com ele, faltou “gestão” e “expertise” ao agora ex-ministro da Educação enquanto esteve à frente da pasta. A íntegra da conversa irá ao ar nesta segunda-feira (08), às 18h, em ‘Os Pingos nos Is’.

“Basicamente, [faltou] a questão da gestão. O ministro não tinha essa expertise aí foi acumulando uma série de problemas e lamentavelmente chegou a situação em que temos que substituir nosso querido Vélez. Ele é uma pessoa simpática, amável e competente, mas a questão da gestão deixou a desejar, afirmou o presidente. “A gente não pode continuar sangrando um ministério que é importantíssimo. Eu até disse no começo do mandato sobre a educação. Se buscarmos um ponto de inflexão da educação em 4 anos, já será uma grande vitória nossa, dado o aparelhamento que existe nas instituições. ”

O presidente ainda disse que considera o novo nome indicado para o cargo, Abraham Weintraub, completamente qualificado. “Ele é uma pessoa do ramo, professor universitário, sabe gerir essas questões e é mais uma pessoa da minha linha. Conversamos sobre tudo, ele é gabaritado. E todo o primeiro escalão da equipe vai ser indicado por ele”, adiantou.

 

Demissão

Bolsonaro anunciou a demissão de Vélez em seu Twitter na manhã desta segunda-feira. Na última sexta-feira (5), o presidente já havia sinalizado uma possível demissão do ministro. Segundo ele, “está bem claro que não está dando certo, que falta gestão” no ministério. “Vamos tirar a aliança da mão esquerda e pôr na direita. Ninguém mais vai reclamar. Vélez é boa pessoa. Quem vai decidir sou eu”, disse na ocasião.

No mesmo dia, porém, o ministro da Educação negou que deixaria o comando do MEC. “Não vou entregar o cargo”, respondeu ele a jornalistas ao chegar no 18º Fórum Empresarial Lide. A demissão de Vélez Rodríguez ocorre após oito recuos e quinze demissões em apenas três meses de gestão.

Umas das maiores polêmicas envolvendo a pasta foi a carta enviada a escolas públicas e privadas de todo o país na qual pedia para os alunos fossem filmados cantando o Hino Nacional e repetindo slogan eleitoral do então candidato Jair Bolsonaro, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

O então ministro também recebeu críticas depois que publicou, no Diário Oficial da União (DOU), que adiou para 2021 a avaliação do nível de alfabetização das crianças brasileiras. A medida foi revogada no dia seguinte.