PMs são presos por matar agiota a mando de ex-vereadora no Paraná

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) efetuou a prisão de três policiais militares nesta quarta-feira (6), sob a acusação de terem perpetrado o homicídio de um agiota em Ibiporã, região norte do Paraná, no mês de setembro de 2021. A operação, denominada Mar Vermelho, também teve como alvos uma ex-vereadora de Alvorada do Sul, seu pai e irmão.

Coordenada pelo Grupo de Operações Especiais (Gaeco) do MP-PR, a operação resultou no cumprimento de seis mandados de prisão preventiva, um mandado de imposição de medidas cautelares e sete mandados de busca e apreensão. De acordo com as autoridades, a ex-vereadora e sua família mantinham uma dívida de aproximadamente R$ 180 mil com dois agiotas de Londrina. Supostamente, eles teriam pago cerca de R$ 100 mil aos policiais para executar os credores.

O MP afirma que os policiais abordaram as vítimas em um centro comercial de Ibiporã e abriram fogo, resultando na morte de um dos agiotas, enquanto o outro conseguiu escapar. Inicialmente registrado como um confronto policial, a investigação do Gaeco revelou que se tratava, na verdade, de uma execução encomendada mediante propina. Além disso, foi descoberto que os policiais ordenaram o desligamento das câmeras de um estabelecimento próximo ao local do crime para evitar registros da ação.

Os três policiais detidos, sendo dois praças e um oficial, já estavam sob monitoramento por tornozeleira eletrônica desde a primeira fase da operação. Atualmente, um deles está recluso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A ex-vereadora também está utilizando tornozeleira eletrônica, respondendo em liberdade, enquanto um familiar é considerado foragido.

Em resposta, a Polícia Militar do Paraná (PM-PR) declarou que não compactua com qualquer desvio de conduta e enfatizou seu compromisso diário com os direitos humanos e o rigoroso cumprimento das leis. Já a defesa dos três policiais argumentou que a prisão preventiva é completamente desnecessária e desarrazoada, alegando que os agentes agiram dentro da legalidade.