Processo que tenta impugnar candidata não deve mudar composição da Câmara, afirma Hudson Guimarães

O processo que tramita na Justiça Eleitoral e tenta impugnar a candidatura de Maria Lúcia Ferreira, a Lúcia da Excursão (PSC), não tem potencial para mudar a composição da Câmara de Vereadores de Mandaguari. A afirmação é de Hudson Guimarães, que entrou em contato com a reportagem do Portal Agora na manhã desta quarta-feira (25) para corrigir a informação. No entanto, cálculo levantado por especialistas aponta que sim, a ação pode influenciar na Câmara – veja explicação ao final desta reportagem. 

Guimarães, que foi candidato a prefeito pelo PSC, disse que caso a ação resulte na impugnação da candidatura de Lúcia, mesmo assim o percentual mínimo de mulheres na chapa não seria afetado. “Nós tivemos três candidatas na chapa. Além da Lúcia e da Claudete Velasco [que foi eleita], havia também a Pamella Cremonezi”, esclarece Hudson.

ENTENDA O CASO – O processo que corre na Justiça Eleitoral veio através de denúncia feita pela Coligação Mandaguari em 1º Lugar, de Marcos Jovino (PSD), e teve recomendação do Ministério Público para prosseguimento.

O caso se tornou público na última semana da disputa eleitoral, quando o juiz eleitoral Max Paskin Neto acatou pedido protocolado pela coligação e concedeu liminar contra a candidata Maria Lúcia Ferreira, a Lúcia da Excursão, exigindo que ela apagasse um vídeo no qual prometia doar um terreno para a construção de uma igreja católica na Vila Vitória caso fosse eleita vereadora.

A reportagem do Portal Agora apurou que, na quinta-feira da semana passada, dia 19 de novembro, o Ministério Público recomendou a cassação do registro da candidata e oficiou a Polícia Federal de Maringá para instaurar inquérito e apurar o vídeo, que supostamente caracteriza tentativa de compra de votos. O caso ainda está em andamento.

CÁLCULO – A chapa do PSC tinha oito candidatos a vereador, entre eles três mulheres. No caso da cassação da candidatura de Lúcia Ferreira, o partido ainda teria outras duas candidatas, mas não alcancaria o percentual mínimo de 30% de mulheres. Com sete candidatos, a fração de 30% seria 2,1, mas especialistas consultados pela reportagem afirmam que a Justiça Eleitoral arredonda o resultado para cima, ou seja, ainda seria necessário a presença de três mulheres na chapa. Sem o percentual mínimo, a chapada poderia ser anulada e a candidata eleita pelo PSC, Claudete Velasco, perderia sua cadeira na Câmara. Artigo que pode ser conferido neste link, no site JusBrasil, explica como funciona o percentual de cotas por gênero em candidaturas.