“Pretendo ser candidato a prefeito”, dispara presidente da Câmara de Jandaia

Atualmente em seu terceiro mandato como vereador, o professor aposentado Milton de Martini Lopes Villar foi eleito Presidente da Câmara de Vereadores de Jandaia do Sul para o biênio 2019-2020, e concedeu entrevista ao Jornal Agora para falar sobre as expectativas que tem em relação ao cargo. Lopes afirma que vai mudar a forma como a Câmara trabalha, e também declarou que muito provavelmente está em seu último mandato como vereador. Confira a seguir os principais pontos da entrevista.

Jornal Agora: Qual sua expectativa em relação ao cargo de presidente da Câmara?

Milton Lopes: É muito grande. Já fiz reuniões com a minha mesa e passei o que espero fazer no Legislativo nestes dois anos. 

Que seria?

Uma mudança total da forma como se trabalhava na Câmara até então. Vou citar o exemplo do ex-presidente [André Saddi]. Ele assumiu o cargo, mas como não conhecia o Legislativo, deixou que o pessoal mais experiente o guiasse. Tanto é que dia 17 de dezembro ele fez um decreto legislativo onde os servidores da Câmara poderiam trabalhar só na parte da manhã até dia 15 de fevereiro deste ano e não estavam de férias. 

Não tenho nada contra ele [Saddi], mas na minha opinião o decreto em questão é má gestão de dinheiro público. Era um costume antigo da Câmara, e como ele não tinha experiência própria, optou por fazer da forma como sempre era feito. 

No dia 3 de janeiro, quando assumi como presidente, suspendi o decreto. Trabalhamos quatro ou cinco dias ajustando a Câmara e dei férias para todos os servidores. Outro ponto é trabalhar a visão que a população tem dos políticos.

Nós sabemos que o político está muito mal visto hoje, e em Jandaia não é diferente. Sei que as cidades vizinhas tem problemas sérios com os políticos, e às vezes as pessoas são injustas com a gente, colocando todo mundo no “mesmo saco”. Mas em Jandaia nós temos uma Câmara excelente, com vereadores novos, que são pessoas boas, fazem o que podem e trabalham muito. 

De que forma você pretende mudar como os políticos são vistos?

Vamos dar a cara para a população. Vou conversar com os diretores de escola, e em cada sessão pretendo trazer uma escola para assistir a reunião. Nessas reuniões, pretendo explicar para o pessoal qual é a função do vereador. O grande problema do Legislativo brasileiro, em cidades pequenas principalmente, é que o povo acha que vereador tem poder de Executivo. 

O eleitor me cobra achando que tenho poder de arrumar uma estrada rural, por exemplo, mas eu não posso. O que consigo fazer é solicitar ao prefeito, pois sou o intermediário do povo e represento os eleitores. Uma das minhas funções é interceder pela população. Às vezes o prefeito me atende, e às vezes não. Quando não sou atendido, a população acha que o vereador não trabalha. 

É cedo para falar de 2020? 

Não é cedo, não. E, olha, se eu estiver bem de saúde e bem com a população, o que é algo difícil de prever, porque o cargo de presidente da Câmara é espinhoso, pretendo ser candidato a prefeito. A gente tem que dar espaço para quem quer ser candidato a vereador, renovar a política. No pleito passado houve a eleição de seis novos vereadores, que estão desempenhando um bom papel. 

Acredito que este seja meu último mandato como vereador, mas prefiro não cravar isso ainda. Até as eleições de 2020 tudo pode mudar, e eu posso optar por não ser candidato a vereador novamente. Vamos aguardar até lá.

*Entrevista publicada na 289ª edição do Jornal Agora