Prefeitura tenta calcular demanda por moradias em Mandaguari

Na última semana, uma ação promovida pela LBX Construção Civil gerou uma confusão. Isso por que a empresa, que tem sede em Maringá, anunciou que realizaria um cadastramento exclusivo para o Minha Casa, Minha Vida, no ginásio de esportes “Xanduzão”. Os cadastros seriam para aquisição de apartamentos do empreendimento “Terra de Santa Cruz”, que está sendo construído pela LBX no Jardim Novo Horizonte.

No entanto, alguns moradores confundiram o Minha Casa, Minha Vida com cadastro para entrega de casas populares – que geralmente é feito pela Cohapar em parceria com o município. Achando se tratar de golpe, alguns acionaram a Polícia Militar, que esteve no local e apaziguou a situação.

Em nota divulgada posteriormente, a empresa negou que tenha ocorrido um golpe e afirmou que em nenhum momento utilizou os termos “Cohapar”, “Prefeitura” ou “Casas Populares” no material publicitário relacionado ao cadastramento. Informou que as peças de divulgação traziam o logotipo do Minha Casa, Minha Vida, que é amplamente conhecido por ser programa de financiamento habitacional. A LBX disse ainda que os moradores que efetuaram o cadastramento não têm com o que se preocupar, e os selecionados para participarem do programa serão contatados pela empresa.

 

Município

O ocorrido levantou outros questionamentos em relação ao papel da Prefeitura na questão e qual a participação do município no caso. O PortalAgora.com entrou em contato com Paulo Conte, secretário de Desenvolvimento Econômico, que afirmou saber do caso.

“Algumas pessoas nos procuraram, perguntando se a ação tinha algum vínculo com a Prefeitura. Vimos os materiais que estavam sendo vinculados e notamos o mal-entendido que estava acontecendo. Então marquei uma reunião com os diretores da LBX. Eles me disseram que por conta de uma mudança no programa, que ocorrerá em breve, eles marcaram o evento de última hora e não tiveram tempo de fazer um material gráfico mais elaborado”, contou.

Ainda de acordo com o secretário, representantes da construtora teriam afirmado a ele que esta não seria a primeira vez que eles realizam essas ações. “Eles têm empreendimentos em outros municípios e disseram que fizeram a ação na mesma modalidade, o que deu muito resultado. Como mais de 100 apartamentos do empreendimento ainda estão disponíveis e a Caixa anunciou a alteração nas regras, eles resolveram captar o máximo de cadastros antes das mudanças, para que as pessoas pudessem aproveitar esse subsídio agora”, afirmou.

O secretário falou também sobre a questão de os cadastros feitos na ação serem ou não utilizados pelo município. “A empresa solicitou a cessão do Ginásio e nós disponibilizamos o espaço para eles. Ainda durante a conversa que tive com um representante da empresa, ele me disse que se a Prefeitura tivesse interesse, a LBX disponibilizaria esse cadastro para auxiliar o município na atualização do cadastro que temos acerca das casas populares”. Porém, de acordo com o secretário, os dados provavelmente não serão utilizados. “O que eles fizeram foi um pré cadastro muito simples, com informações superficiais, então acredito que os dados não serão úteis para nós”, finalizou.

 

Cadastros desatualizados

Outro ponto abordado pelo PortalAgora.com durante entrevista com o secretário, foi a questão da demanda de moradias populares no município – o site da Prefeitura aponta que há mais de 15 mil moradores na fila por casas populares. Questionado, Paulo Conte disse não poder afirmar quantas pessoas necessitam de moradia atualmente. “Não posso te dar um número exato, pois o último cadastramento que fizemos foi em 2013. Em um software desenvolvido em parceria com a Cohapar, as pessoas poderão acessar o site e atualizarem seus cadastros sozinhas. Isso por que a pessoa também é parte interessada nesse processo”.

Apesar de atualizar os cadastros, a informação é de que não se sabe quando haverá construção de novas casas populares. “O município fez sua parte e adquiriu um terreno de dois alqueires para a construção dessas casas, mas enquanto a União não sinalizar que disponibilizará recursos para essa construção, não podemos fazer nada”, finalizou o secretário.