“O empreendedor tem que gostar de correr riscos, pois a todo momento ele está se arriscando”

São muitos os brasileiros que sonham em serem donos do próprio negócio. A ideia, por melhor que seja, para a grande maioria nunca passa de um sonho. Isso por que são grandes as dificuldades encontradas para se começar a administrar a própria carreira.

Pensando nisso, o Jornal Agora realizou uma série de entrevistas com jovens empreendedores mandaguarienses que, apesar das barreiras, não desistiram dos seus sonhos. Nesta primeira reportagem da série, conversamos com Fábio Mosconi, de 33 anos. Ele é proprietário do Grupo Sessma. Confira a entrevista.

 

Quando e como surgiu a ideia de criar a Sessma?

Eu trabalhava em uma grande corporação e, ao me desligar dela, vi ali uma oportunidade atrelada a uma carência que havia no mercado. Neste momento, me surgiu a ideia de ter um empreendimento e dei início, no dia 10 de agosto de 2013 a esse plano, trabalhando dentro de casa, no meu próprio quarto. Aos poucos, fui sentindo a necessidade de expandir, de ir para uma sala comercial. Iniciei praticamente sozinho com a parte de segurança de trabalho, mas depois de quatro meses comecei a atuar também na parte de saúde do trabalho e trabalhamos essas duas gestões integradas. Com isso, a demanda aumentou exponencialmente e aumentamos nossa estrutura. Essa mudança à época era significativa. Após um ano, ela já ficou pequena.

 

As expansões foram sendo realizadas para acompanhar o crescimento da própria empresa?

Sim, sem dúvidas. Com os atendimentos, sentimos a necessidade de atender além da parte ocupacional, a assistencial também. Nessa transição, abrimos os atendimentos para a região de maneira fixa. A nível nacional, atendemos de forma intermitente, itinerante.

 

Recentemente, a Sessma iniciou um processo para adesão de conveniados, não é?

Exatamente. No ano passado ampliamos mais uma vez e agora estamos com o convênio também. Já temos mais de três mil conveniados, tanto em pessoa física quanto jurídica. Inclusive neste mês, teremos um evento onde premiaremos um de nossos conveniados com R$ 5 mil.

 

Em uma trajetória de crescimento constante, você enfrentou algum desafio?

Sim, todos passamos. Um dos maiores desafios é o risco. Eu digo que o empreendedor tem que gostar de correr riscos, pois a todo momento ele está se arriscando. É o risco de um novo negócio incerto, de uma instabilidade financeira no cenário econômico e risco com parceiros. Digo isso por que nós precisamos ter parceiros sólidos para tudo, tanto parceiros clientes quanto parceiros de negócios. Não vejo hoje uma forma de o empreendedor crescer sozinho, pois esses parceiros são fundamentais. Outro ponto extremamente difícil é ganhar a confiança das pessoas, ainda mais em uma cidade pequena. As pessoas ainda acham que santo de casa não faz milagre, então temos que provar que isso não é verdade.

 

Você já pensou em desistir alguma vez?

Em vários momentos eu pensei em desistir. Na minha visão, o empreendedor é sozinho em muitos momentos. Por mais que se fale em apoios, não há um apoio direto ao empresário. Por exemplo, você vai abrir uma empresa hoje e a primeira coisa que te perguntam é quanto você fatura. Se você não tem nada, está realmente começando do zero, eles não te dão nada. Como você começa algo, sem um aporte financeiro? Vejo que muitas pessoas são criativas, tem ideias muito boas, força de vontade, mas o start para se colocar em prática é muito difícil de ser dado. Inúmeras vezes eu fiquei em dúvida, diversas vezes pensei “será que eu preciso correr esse risco?”. É muito difícil, mas vale a pena insistir.

 

E quais são os planos para a Sessma neste ano que se inicia?

Temos um projeto para 2019 e 2020, onde estaremos ampliando a nossa estrutura de atendimento, vamos duplica-la. Nossa meta é crescer o dobro do último ano.

 

Para finalizarmos, qual dica você deixa para quem tem essa vontade de ser empreendedor?

As pessoas precisam ter consciência que nenhum projeto é imediato. Nós estamos em um cenário em que todo mundo quer tudo para ontem. As pessoas começam um projeto hoje e já querem ser gerentes amanhã. Então é preciso ter paciência, pois nenhum projeto é para curto prazo. É necessário também ter perseverança, insistência e muito engajamento. É preciso acreditar naquilo que você deseja, ter muita força de vontade e não desistir na primeira dificuldade.

*Entrevista publicada na 289ª edição do Jornal Agora