Fotos e mensagens

Dias atrás resolvi dar uma organizada nos meus arquivos, quando o aparelho de telefone acusou memória lotada e alguns programas deixaram de funcionar. Foram milhares de imagens de WhatsApp, mensagens de texto, e-mails de anos e anos, todos para a lixeira, que depois foi devidamente esvaziada.
Em dois dias, repassei e-mails dos últimos oito anos, pelo menos, e um susto me ocorreu: estavam ali inúmeras pessoas, alguns amigos inclusive, que já se foram, que faleceram. Há também pessoas com as quais não há mais laços de convivência, e ainda alguns dos quais não tenho mais notícia.
Nas imagens não é diferente. São fotos e mais fotos, antigas e recentes, algumas até surpreendentes, e claro, muito lixo, e aqui me refiro ao que nos chega por WhatsApp, principalmente entre os grupos.
Outra observação que fiz foi o quanto cada dia mais as redes sociais ocupam o nosso tempo. Não tenho estatística, mas a “olho nu”, percebi cinco vezes mais imagens em 2019 que em 2013, apenas seis anos atrás, algo absurdo.
É um tipo de faxina que sugiro a todos os amigos que me leem neste momento. Vale como reflexão, como viagem no tempo, e também para abrir espaço para o novo. Um pouco parecido com o que ocorre em nosso guarda roupa de tempos em tempos.
Muitas vezes, é difícil abrir mão de uma blusa, uma calça, camisa, calçado, ou até algum objetivo ao qual estamos apegados, mas necessário. Vale também para os armários, para as gavetas, para a vida como um todo.
Ao liberar espaço na memória do telefone, abrimos espaço para outros arquivos mais recentes, fotos de novos lugares e vídeos atuais de coisas bacanas. O aparelho telefônico, ao qual tanto estamos apegados nos dias atuais, atua neste caso, como uma analogia da vida.