Entre os melhores do planeta

O jandaiense Cristiano Maranho foi de apaixonado por basquete a um dos melhores árbitros do mundo. Em setembro deste ano, ele apitou a final do Campeonato Mundial de Basquetebol Masculino, que terminou com vitória da Espanha sobre a Argentina por 95 a 75 pontos, e na semana passada Maranho concedeu entrevista ao Jornal Agora para contar um pouco de sua trajetória.
A paixão de Maranho pelo esporte surgiu ainda na juventude, aos 13 anos, quando viu na TV à final do Pan-Americano de 1987, partida em que a seleção brasileira venceu os Estados Unidos, país tido como maior expoente do basquetebol, conquistando o título.
Alguns anos mais tarde, Cristiano integrou uma equipe de basquete de Apucarana, mas a carreira de atleta foi curta. “Fomos vice-campeões dos Jogos Abertos do Paraná, em Ponta Grossa, em 1994. Mas o time acabou depois por questões financeiras”, relata ao Jornal Agora.
Quando o time foi desfeito, ele sentiu vontade de continuar no esporte, e procurou o então técnico, Ailton Arruda (Ita), que o incentivou a seguir na carreira de árbitro. “Na época, o Ita já era árbitro, e eu falei que queria continuar no basquete, mas não jogava bem, então ele me indicou esse caminho. Em 1995, fiz o curso de arbitragem pela federação. No ano seguinte fui chamado para fazer o curso para árbitro nacional, e em 1998 passei também no teste para árbitro internacional”, detalha. 
Atualmente, aos 45 anos, Maranho está entre os cinco melhores árbitros do mundo de basquete. “A avaliação é feita pelo currículo. Tem a Fiba, federação internacional, e a Euroliga. Nessas duas instituições internacionais, apenas três pessoas possuem o currículo igual ao meu”, explica
 Como árbitro internacional, ele esteve em quadra com estrelas da NBA, como LeBron James do Los Angeles Lakers, Stephen Curry do Golden State Warriors e Kevin Durant, do Brooklyn Nets. Ainda no currículo, Cristiano tem três Olimpíadas e quatro mundiais. 
O jandaiense ainda pode apitar as Olimpíadas de Tóquio, no Japão, que serão disputadas no ano que vem, o mundial de basquete de 2023 e as Olimpíadas de 2024, na França, já que a carreira de árbitro da Fiba se encerra aos 50 anos, explica. 
Maranho já fez um curso de instrutor internacional e se prepara para o pós-arbitragem. A possibilidade de atuar como instrutor, aliás, foi apresentada a ele pela própria federação internacional.

Retorno
Maranho viveu por alguns anos em Santa Catarina, e recentemente voltou a residir em Jandaia do Sul, “onde tudo começou”. Em 2019 ele apitou a fase regional dos Jogos Escolares do Paraná em sua terra natal, e vê a o retorno à cidade como oportunidade para incentivar o esporte.
O próximo grande desafio de Maranho será conciliar a agenda como árbitro internacional de alto nível com projetos de incentivo ao basquete. “Voltei pra somar, e é isso que quero fazer”, conclui.