Após 25 anos no Ministério Público, promotora mandaguariense se aposenta

Foram mais de 25 anos como promotora de Justiça, mas agora o ciclo se encerra. Desde que anunciou em suas redes sociais que se aposentaria, a mandaguariense Maria Sônia Freire Garcia tem recebido inúmeras manifestações de carinho: mais de 400 pessoas já reagiram à postagem de despedida da magistrada.

No texto, Maria Sônia inicia uma viagem ao tempo, lembrando de seu primeiro emprego. “Foram quatro anos no mercado informal de trabalho, sem registro na carteira profissional, mas com muitos registros na memória de um tempo em que era possível a uma adolescente, com apenas 13 anos de idade, trabalhar dez horas por dia, de domingo a domingo, como empregada doméstica”, diz a postagem. Desde então, muitos outros ofícios vieram, passando por fábrica de móveis e pela parte de xerox e datilografia da Romagnole Produtos Elétricos.

Em paralelo a vida profissional, a realização de um sonho de adolescente: cursar Direito na Universidade Estadual de Maringá. Depois de formada, os desafios continuaram. Maria Sônia estudou por três anos para ser aprovada em um concurso público. E conseguiu. Em 26 de novembro de 1993, tomou posse no cargo de Promotora de Justiça no Estado do Paraná.

Em entrevista concedida ao Jornal Agora, a agora promotora aposentada relembrou suas passagens no cargo. “Desempenhei minhas funções em Maringá, Mandaguari, Goioerê, Nova Esperança e Marialva, que é onde encerro os trabalhos. Passei por uma fase de adaptação, pois, após a publicação do ato de aposentadoria, tive que cumprir algumas formalidades. Permaneci na Comarca de Marialva até a última semana, quando um colega chegou para assumir a Segunda Promotoria. E coincidentemente ele também foi transferido de Nova esperança para Marialva, assim como eu fui”, conta.

Apesar de atuar por toda região, Maria Sônia fez questão de manter laços com sua cidade natal. “Trabalhei aqui por muitos anos, mas fui para outras cidades também e nunca quis perder o vínculo que tenho com Mandaguari. Tanto que consegui conciliar tudo. Trabalhei fora, mas mantive minha família aqui na cidade. Por isso sou tão grata ao meu esposo Edison e às minhas filhas, Stéphanie, Nathália e Thamires, pelo amor incondicional e compreensão nos inevitáveis momentos de separação, pois o trabalho não podia esperar”, diz emocionada.

Entretanto, engana-se quem pensa que os planos são parar. “Não tenho nada definido por agora. Tenho algumas previsões e convites em aberto. Muito dificilmente advogarei, pois não penso nisso. Talvez eu vá para a carreira acadêmica, mas independente da escolha, continuarei morando aqui, em Mandaguari, com minha família”, finaliza.

*Entrevista publicada na 297ª edição do Jornal Agora