Alerta, invasão! Magos e mangás possuíram a fantasia urbana de João Lucas Fraga

Suzana Izumo, uma nerd e fã de desenhos japoneses, sempre sonhou com mundos fantásticos e aventuras. E, como não podia deixar de acontecer em um livro como Ninja Angel Sayuri – a Lenda da Otaku, seu desejo é realizado: ela é atropelada e uma amiga a devolve à vida ao colocar seu coração em um vaso mágico e milenar.

O enredo de João Lucas Fraga é caracterizado pelo subgênero fantasia urbana, ou seja, um mundo mágico ambientado na realidade atual. O desafio da protagonista é se juntar a aliados e lidar com os magos elitistas que governam Couto da Malta, enquanto treina para enfrentar o que quer que tente vir tirar seu coração do vaso.

A crítica política aparece na produção como a cereja do bolo: não é o grande carro-chefe da obra, mas completa o enredo com um toque especial:

“Você não deve ter reparado, mas aque­le aeroporto de Viracopos que a gente ajudou tinha um adesivo no vidro do carro dizendo que “bandido bom é bandido morto”. E ele não estava falando do bandido que toma um porre e dirige, arriscando a vida dele e a alheia. Estava falando do menino de rua que rouba um pão para comer. Porque bandido, para eles, é sempre o outro e só tem uma classe social e uma cor. Aliás, minto. Bandido, para eles, também é quem defende os mais fracos. Sabe aquele padre em São Paulo que foi ameaçado de morte por trabalhar em favor de gente em situação de rua? Isso não é incomum.”

(Ninja Angel Sayuri – a Lenda da Otaku, pág. 96)

Disposta a saber quem a matou e a aprender tudo do mundo mágico, Suzana mergulha na nova realidade que surge após a sua “morte”. João Lucas Fraga, além de provocar a sensação de que o leitor já conhece Couto de Malta, enriquece a produção com as notas de rodapé – presentes em todo o desenrolar da narrativa.

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