“A conscientização é a melhor jogada para resolver a questão”, afirma Flávio Mantovani

O vereador maringaense Flávio Mantovani ganhou projeção através de seu trabalho em prol da causa animal, inclusive na região. Em Mandaguari ele participou ativamente da construção da legislação de maus-tratos a animais. Nesta semana, Mantovani concedeu entrevista ao Jornal Agora para falar sobre o assunto.

“Já tenho um histórico grande na causa animal, aqui em Mandaguari já estivemos diversas vezes para apresentar aquilo que vinha sendo feito na cidade de Maringá e nas outras cidades da região. Já percorremos mais de 150 cidades, para mostrar aquilo que funciona e o que não funciona, na prática, e não somente na teoria”, declara.

“Nós temos hoje uma certa dificuldade em quebrar alguns paradigmas, pois quem olha de fora e não experimentou ainda essas políticas públicas, pensa que isso vai dar errado, que a população não quer que faça investimento na causa animal, enfim. Só que como nós temos essa experiência lá em Maringá, quando nós chegamos até uma cidade, nós temos em mãos somente aquilo que funciona, e nós temos que vencer essa barreira nas pessoas de que aquilo não vai funcionar”, complementa.

Para o vereador, discutir a causa animal também é questão de saúde pública. “Nós temos dados técnicos reais do Ministério Público, que apontam que a cada R$ 1 investido na castração, você economiza até R$ 4 com saúde pública. Claro que em cidades como Maringá e Mandaguari essa conta não vai bater muito, pois aqui nós temos um sistema muito bom de água e esgoto, e é muito importante que a população entenda que está tudo normalizado”, aponta.

“Eu falo que a causa animal faz parte de uma corrente, e a sociedade é uma corrente. E como você faz para aferir as forças de uma corrente? Pela força dos seus elos! Portanto, se você tiver elos de aço, fortes, e afins, você vai ver a força dessa corrente. Agora, se ela for constituída por elos fracos e quebradiços, ela não vai durar. Nossa sociedade é igual, se tivermos uma educação doente e ruim, isso irá estourar futuramente na saúde, pois uma população sem informação fica bem mais doente, e isso são dados técnicos. E a saúde defasada pode interferir diretamente na economia, porque uma pessoa doente não trabalha. E o próximo elo a ser atingido é o da segurança pública, pois quanto mais pessoas desempregadas, maior o desgaste na segurança, e assim adiante”, ressalta Mantovani.

Recentemente, o vereador tem aumentado as visitas a municípios da região para discutir a causa. “A recepção das gestões tem sido muito positiva, nós só temos que nos esforçar para quebrar aquelas objeções. Não é necessário um centro cirúrgico com inúmeros veterinários para começar a fazer mudança. Mas tem que ser dado o primeiro passo, que é o conselho do bem estar animal, que não tem custo nenhum. Pelo menos uma vez por mês, tem que ser reunido representantes de ONG 's, do Legislativo, do Executivo, do Judiciário e representantes do conselho veterinário para que estratégias sejam discutidas e elaboradas. E isso resulta na economia também”, detalha.

“Nós temos cinco passos que são essenciais, que são o Conselho; uma lei de maus tratos aos animais; mas uma lei objetiva; um programa de conscientização nas escolas e por último é fazer um abrigo para colocar os animais. E caso esses passos não sejam seguidos, você terá um problema dentro e fora da instituição. A legislação pra punir em casos de maus-tratos ajuda, mas a conscientização é a melhor jogada para resolver a questão”, finaliza.

*Entrevista publicada na 366ª edição do Jornal Agora