Mandaguari segue tendência regional de êxodo rural e deve perder 20% da população do campo até 2050

Mandaguari, assim como outras cidades da região, está diante de um processo gradual, mas inevitável, a redução da população que vive nas áreas rurais. Dados recentes do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) apontam que, nas próximas duas décadas e meia, a zona rural do município sofrerá uma queda de aproximadamente 20% em seu número de habitantes.

Atualmente, cerca de 1.688 pessoas vivem no campo em Mandaguari. A projeção para 2050 indica que esse número deve cair para 1.360 moradores. A redução acompanha uma tendência que atinge toda a região.

O movimento migratório em direção às áreas urbanas tem diversas explicações. Segundo o economista Rogério Ribeiro, a modernização das atividades agropecuárias é um dos principais fatores. “As atividades, especialmente as agropecuárias, deixaram de ser intensivas em mão de obra para serem intensivas em tecnologia”, afirma.

Essa transformação atinge diretamente municípios como Mandaguari, cuja economia sempre teve forte ligação com o campo. A redução da mão de obra exigida pelas novas tecnologias agrícolas, somada à dificuldade de acesso a serviços públicos básicos na zona rural, como saúde, educação, transporte e infraestrutura, têm acelerado a saída de famílias em busca de melhores condições de vida nas cidades.

Se por um lado a população rural diminui, a zona urbana de Mandaguari deve crescer, ainda que de forma modesta. Atualmente com aproximadamente 36 mil habitantes, a projeção é que a cidade chegue a 39.500 moradores até 2050. Um crescimento tímido, mas que, somado à redução no campo, consolida a urbanização do município.

O impacto social dessa transformação é inevitável. A diminuição da população rural afeta a dinâmica de comunidades tradicionais, altera o perfil da produção agrícola e impõe novos desafios ao planejamento urbano, especialmente em relação à geração de empregos e oferta de serviços para absorver os novos moradores vindos do campo.

Especialistas, no entanto, avaliam que mesmo com a redução, certas atividades do campo, como a fruticultura e a criação de animais, continuarão a demandar mão de obra constante. Nesse novo cenário, é provável que parte da força de trabalho passe a morar na cidade, mas siga trabalhando no campo, em um movimento pendular entre a zona urbana e rural.