Paz na terra aos homens de boa vontade

Os anjos cantam com alegria, anunciando aos simples pastores, cuidadores de ovelhas, nasceu o Salvador para toda a humanidade.

Essa notícia, o mundo todo foi beneficiado com a encarnação do Filho de Deus.

Com alegria me dirijo aos fiéis das paróquias de Mandaguari, Nossa Senhora Aparecida e Bom Pastor, desejando um Natal repleto de bênçãos e de luzes que irradia paz, esperança, muito amor.

Me recordo com alegria, com saudades, os dias que estive no meio de vocês, na visita pastoral e em outros momentos. É muito bom estar junto de vocês, abençoando, sorrindo, abraçando, ouvindo, aconselhando, evangelizando. Os sinais da boa nova permanecem nos corações de todas as pessoas que participaram direta, ou indiretamente quando estive com vocês.

Desejo que todos tenham um natal de encantamento, de alegria, de espiritualidade encarnada que abrilhanta os corações com as celebrações litúrgicas e frutuosas festas de final de ano.

Sejamos gratos a Deus pelos inúmeros benefícios que recebemos em 2025.

O Ano Jubilar do Nascimento de Jesus Cristo, despertou muitas alegrias, fé viva e esperança em nossos corações.

Não percamos a alegria de cultivar o Senhor Jesus em nós. É dele que nasce a verdadeira felicidade, esperança renovada para dias de júbilo em 2026.

Conto com o testemunho e singeleza de coração de todos os fiéis e que a luz do Natal brilhe nos corações de todos vocês sem nunca apagar, para que sejam iluminados, inspirados, animados a viver a fé na comunidade, fortalecendo a convivência amorosa na família e em todo o lugar onde estiverem.

Desejo a todos vocês as bênçãos divinas e tenham um Feliz Natal e abençoado Ano Novo de 2026.

Deus vos abençoe!

Olhar com esperança

O mês de dezembro é de expectativa em vista do final de ano com as festas natalinas e a virada. É tempo de esperança. O tempo do Advento, tempo de espera em ação, mobiliza, impulsiona as pessoas em todos os seus âmbitos. No comércio, os enfeites, as pregações, as novenas de Natal. É uma agitação materializada que atinge o espírito das pessoas. A festa emocionante do aniversário do Menino Jesus fica, em muitas ocasiões, sufocada pelo materialismo e secularismo.

Neste último mês do ano, favorece a oportunidade para avaliar o que fizemos e o que deixamos de fazer em benefício dos semelhantes. Geramos esperança ou ficamos esperando que algo aconteça? Avançamos nas atividades, nos empreendimentos, nos comportamentos, na sensibilidade humana, na fé, na espiritualidade? Como nas empresas avaliamos os avanços, também na vida pessoal e familiar devemos avaliar para que as tensões sejam superadas e a esperança renove a ação que beneficie a vida pessoal, familiar e comunitária. A verdadeira avaliação exige um bom grau de humildade para reconhecer os equívocos e, com alegria, perceber os avanços na vida e no empreendimento investido durante o ano.

Para o Novo Ano, devemos assumir um espírito novo e renovador. Mas é preciso avaliar, ver as fragilidades, as potencialidades, para invocar ao bom Deus um espírito que renova nossa maneira de viver e de conviver. O profeta Isaías é direto na sua profecia: “sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus; no temor do Senhor encontra ele seu prazer” (Is 11,2-3). A manifestação de Deus, que inspira o profeta a erguer o ânimo do povo, exige fé e determinação. Acreditar, mobilizar ações concretas e justas, praticar a justiça, ser semente de esperança. Intensificar o exercício da oração pessoal, familiar e comunitária é a estratégia para uma autêntica avaliação de vida espiritual e humana neste tempo do Advento. O novo espírito fará a justiça florir, conforme canta o Salmo 71.

Estamos acolhendo os frutos do Ano Jubilar do Nascimento de Jesus Cristo. Reconhecemos os frutos acolhidos pelas inúmeras celebrações e reflexões vividas durante este ano jubilar. Tivemos a grande oportunidade de fortalecer nosso vínculo com Jesus Cristo. Ele nos indica o caminho da conversão, da paz, da justiça, do amor. No Evangelho de São Mateus, lemos: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,2). É tempo de conversão, como o tempo da Quaresma é de preparação para a Páscoa, Ressurreição. A proposta de conversão é para acolher a vida, a humanidade de Jesus. Ele se encarnou e viveu no meio do gênero humano. Os homens O crucificaram, mas Ele ressuscitou e agora está vivo no meio de nós. Eis a grande razão para nos convertermos e acolhermos a Sua mensagem de salvação, de vida justa e feliz. Diz ainda o Evangelho sobre a urgência de mudança de vida: “O machado já está na raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e jogada no fogo. Eu vos batizo com água para a conversão, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu” (Mt 3,10-11).

Os textos bíblicos nos impulsionam para uma esperança em movimento, vão além do esperar, é agir acreditando, fomentar a fé, agir com vigor e ternura. São Paulo nos ensina a acolher uns aos outros com amor pela graça que provém de Deus (Rm 15,4-9).

Eis o convite para nos prepararmos bem para a festa de aniversário do nascimento de Jesus Cristo, o Natal do Senhor.

Dom Frei Severino Clasen, OFM

Arcebispo de Maringá