O horário de verão pode voltar?
Cinco anos após sua suspensão, o horário de verão volta a ser pauta no cenário político e econômico do Brasil. O debate ganhou força nas últimas semanas após alertas do setor elétrico sobre o risco de déficit de potência no país, além da pressão crescente de entidades do comércio e do turismo, que enxergam na medida um aliado para a retomada do crescimento.
O Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou que está avaliando a possibilidade de retomar o horário de verão ainda em 2025. A decisão, segundo a pasta, está em análise pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que acompanha a operação do sistema e os impactos de medidas emergenciais, considerando especialmente o avanço da geração solar nos últimos anos.
Embora o uso racional da energia elétrica seja o principal foco, a pauta é cercada de divergências. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por garantir a segurança do fornecimento em todo o território nacional, divulgou seu Plano de Operação Energética para 2025-2029 e alertou para a possibilidade de déficit de potência nos horários de pico, entre 18h e 21h. Segundo o documento, a adoção do horário de verão poderá ser “imprescindível” para evitar apagões e aliviar a carga sobre o sistema.
Além da questão energética, o setor comercial e de serviços também pressiona pela volta. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) se posicionou favorável à retomada, afirmando que o horário estendido de luz natural movimenta o consumo noturno e pode representar até 15% de aumento no faturamento de pequenos bares e restaurantes. Em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, o comércio de rua projeta crescimento de até 4% no volume de vendas nesse período.
Em Mandaguari e região, o assunto mobilizou a população. O Portal Agora realizou uma pesquisa informal nas redes sociais (Facebook, Instagram e grupos de WhatsApp) e obteve quase mil respostas. A enquete gerou ampla repercussão, com comentários acalorados e diferentes pontos de vista. O resultado mostra que a maioria da população é contrária à volta do horário de verão: 74% se posicionaram contra, enquanto 26% se disseram a favor.
Entre os principais argumentos dos que são contra, estão os impactos no sono e o desconforto na adaptação ao novo horário, já que o relógio é adiantado. Por outro lado, os defensores citam a oportunidade de aproveitar o dia por mais tempo e os benefícios para o comércio e o lazer.
O horário de verão foi instituído no Brasil pela primeira vez em 1931 e, até 2018, era adotado anualmente entre outubro e fevereiro, com o objetivo de reduzir o consumo de energia nos horários de pico. Em 2019, o governo federal decidiu suspender a medida com base em estudos que indicavam baixa eficiência na economia energética.
Agora, com um novo cenário de pressão sobre o sistema elétrico e alta demanda por eletricidade nos fins de tarde, a volta do horário de verão voltou à mesa de negociações. Ainda não há uma decisão oficial, mas o governo promete avaliar todos os impactos e ouvir diferentes setores da sociedade antes de decidir. Enquanto isso, o debate segue aceso dividindo opiniões, afinal, você é contra ou a favor do horário de verão?