Mais de R$ 24 milhões em recursos entregues para Mandaguari aguardam execução

Mais de R$ 24 milhões em recursos destinados a Mandaguari, viabilizados pelo deputado estadual Arilson Chiorato (PT), ainda não foram totalmente executados pelo município. A informação foi detalhada por Eduardo de Miranda, diretor da Itaipu Parquetec, durante entrevista à Agora FM na última semana. Os recursos envolvem investimentos em áreas sociais, infraestrutura rural, saúde, educação e habitação, mas esbarram em entraves burocráticos que atrasam a entrega à população.

Entre os principais aportes está o valor de R$ 1,7 milhão para a ACAMAN, Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Mandaguari. A verba foi liberada pela Itaipu Binacional em dezembro de 2024 e está na conta da prefeitura. O recurso contempla a construção de um novo barracão com vestiários, cozinha e refeitório, além da aquisição de equipamentos e uniformes.

“Já entregamos dois caminhões e parte dos equipamentos. O que falta é a prefeitura dar início à obra, já que o terreno foi indicado e o recurso está disponível”, explicou Eduardo. O projeto, segundo ele, tem prazo para prestação de contas até dezembro de 2025 e, caso não seja iniciado até lá, Mandaguari pode perder o direito de receber novos recursos da Itaipu.

Outro investimento importante foi o de R$ 450 mil para pavimentação de estradas rurais, que inicialmente seria aplicado na Estrada Promessa, conforme compromisso assumido com moradores da região. No entanto, a prefeitura optou por remanejar o recurso para a Estrada Rochedo, decisão que, segundo Eduardo, foi tomada sem alinhamento com o grupo político que articulou a verba.

A saúde também foi contemplada com um aporte significativo. Um recurso de aproximadamente R$ 3 milhões foi viabilizado para o Hospital Cristo Rei, além de uma emenda adicional de R$ 200 mil, liberada neste ano. “Estamos acompanhando os trâmites. É um recurso importante que já está em fase de liberação”, reforçou.

As entidades sociais do município também foram beneficiadas com uma série de repasses. Salões comunitários dos bairros Vila Verde, Jardim Cristina e Cinco Conjuntos receberam emendas que possibilitaram melhorias como climatização, eletrodomésticos e estrutura para eventos. O asilo e a APAE também foram contemplados com recursos para instalação de ar-condicionado e compra de equipamentos. Além disso, as Irmãs do Lar dos Idosos e a APIM (Associação da Pessoa Idosa de Mandaguari) receberam aportes de R$ 100 mil e R$ 80 mil, respectivamente.

Na área da educação, R$ 250 mil foram repassados às escolas municipais em 2023 para aquisição de playgrounds, ar-condicionados e equipamentos para fanfarras. Apesar de o valor estar disponível há mais de um ano, a prefeitura ainda não deu encaminhamento à execução das melhorias, segundo Eduardo.

O projeto que mais mobiliza expectativa é a construção de 100 casas populares, articuladas em 2023 pelo deputado Arilson junto ao governo federal, por meio da Caixa Econômica e da Cohapar. A obra está travada por dificuldades documentais da construtora e demora na tramitação interna da prefeitura. “As casas já poderiam estar em construção. É uma demanda histórica de Mandaguari e o recurso já está garantido. Falta agilidade na parte burocrática”.

Outro recurso parado é o de R$ 6,5 milhões para a construção de uma creche, inicialmente prevista para o Jardim Progresso, mas posteriormente transferida pela prefeitura para os Cinco Conjuntos. Assim como as casas populares, a obra não foi iniciada.

Ao final da entrevista, Eduardo lamentou que tantos recursos garantidos estejam aguardando execução. “Temos um grupo político que mais investe em Mandaguari, com apoio da deputada Gleisi Hoffmann e do deputado federal Enio Verri. Mas é frustrante ver que pouco disso virou obra de fato. Estamos à disposição para ajudar o município a tirar esses projetos do papel”, finalizou.

Segundo ele, a equipe pretende se reunir com representantes da prefeitura nos próximos dias para buscar soluções que agilizem os processos e garantam que os recursos cheguem a quem mais precisa: a população.