Cafés especiais colocam Mandaguari em destaque no cenário cafeeiro

A produção de cafés especiais tem ganhado cada vez mais espaço em Mandaguari e vem transformando a forma como o município é reconhecido no cenário cafeeiro. Diferente do café tradicional, o café especial exige um manejo rigoroso desde o plantio até a pós-colheita, com atenção aos detalhes que garantem qualidade superior da bebida.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Café de Mandaguari e produtor de cafés especiais, Fernando Rossetto, a principal diferença entre o café especial e o tradicional começa já na colheita. “Todo café que está maduro no pé é um café especial. A partir do momento que o produtor coloca a mão nesse grão de café que está maduro no pé, ele pode transformar o café em um café extremamente especial ou um café tradicional, então vai do produtor”, explica.

Segundo Rossetto, o cuidado no pós-colheita é determinante para a qualidade final da bebida. “Se o produtor colher esse café madurinho, fizer o processo de secagem correto, não deixar molhar, não deixar fermentar, mexer adequadamente esse café, fazer uma classificação depois nele, ele provavelmente tem uma grande chance de ser um café especial. Agora, se colher café verde no meio, café seco, ou mesmo colher o café maduro e não ter cuidado de pós-colheita, esse café, não vai ser um café especial, vai ser um café tradicional”, afirma.

Os cafés especiais são classificados a partir de avaliações técnicas e precisam alcançar pontuação superior a 80 pontos em escala internacional, o que exige manejo diferenciado desde o plantio. “Hoje, os cafés especiais são todos os cafés acima de 80 pontos, tendo uma escala da Associação de Cafés Especiais Americana. Então, isso faz com que a gente tenha uma régua que delimita esses cafés especiais de um café tradicional”, detalha. Para alcançar essa pontuação, o manejo precisa ser diferenciado desde o plantio, com adubação correta e acompanhamento constante da lavoura.

Rossetto fala sobre a fruta do café e explica a importância do ponto de colheita. “O café é uma fruta. Se você colher o café verde, ele vai ser um café amargo. Se você colher um café maduro, ele vai estar doce, gostoso, ideal para tomar sem açúcar. Se colher esse café seco, também não vai ser um café agradável para tomar”, explica. Segundo ele, todo o processo, do campo à pós-colheita, influencia diretamente na bebida final.

Mandaguari tem avançado nesse cenário e conquistou, em 1º de julho deste ano, a Indicação Geográfica (IG) dos cafés, reconhecida nacionalmente pelo Instituto Nacional da Propriedade Industria (INPI). “O consumidor que está adquirindo o café com o selo de indicação geográfica está consumindo um café de origem, de rastreabilidade, onde ele sabe quem é o produtor, qual variedade que é e de onde veio”, destaca Rossetto. Ele lembra ainda que Mandaguari é a primeira denominação de origem de cafés do Paraná.

Além da qualidade, os cafés especiais impactam diretamente a economia local. “O café especial faz com que o produtor tenha uma maior fonte de renda, um maior ganho dentro da sua propriedade. Isso faz com que o filho permaneça na lavoura, trabalhando com a família”, afirma. Atualmente, a associação conta com 10 produtores aptos a trabalhar com cafés de Indicação Geográfica, número que demonstra o crescimento do setor. “Isso com certeza é o futuro e vai valorizar não só os produtores, mas o município, a região e levar o café de Mandaguari para o Brasil e para o mundo”, conclui.