A profundidade de um propósito

Desde que nós nos entendemos como ser pensante, estamos ligados a uma pergunta: qual é o propósito da vida? Essa questão nos leva a buscar significados para tudo aquilo que preenche nosso cotidiano. E é essa máxima que trouxe reflexões filosóficas dos tempos antigos até às nossas perguntas sobre a razão da nossa existência.
Falando em tempos antigos, na Grécia o grande Aristóteles já dizia o seguinte: “A felicidade é o sentido e o propósito da vida inteira, todo o objetivo e fim da existência humana.” Então podemos dizer que para ele, o propósito estava ligado diretamente à felicidade, mas era assim com outros filósofos?
Não necessariamente, Viktor Frankl traz outra visão ao dizer o seguinte: “A vida não é fundamentalmente um prazer, é um dever, um dever que temos para com nós mesmos e para com os outros.” Partindo desse ponto então, o propósito para Frankl está ligado ao dever?
Bom, Friedrich Nietzsche, traz outra vertente: “Aquele que tem um porquê para viver pode enfrentar quase todos os comos”. Aqui parece que a questão deu a volta, nos trazendo novamente para a primeira questão, qual é o “porquê” pelo qual vivemos? Ótima questão a ser explorada, aliás.
Já Confúcio acreditava que o propósito estava no entender, aprimorar e questionar, e expressa parte disso na frase: “Não importa o quão ocupado você possa pensar que é, deve encontrar tempo para ler ou ser forçado a encontrar tempo para a ignorância.” Portanto, se pensa como Confúcio, trate de ler.
No entanto, como vimos nos vários exemplos, o conceito de propósito é algo pessoal e único, e para começar essa jornada, devemos buscar um rumo, algo que valide e justifique nossas escolhas e ações.
Por fim, contrapondo muitos dos filósofos citados, eu digo que a busca pelo propósito deve superar a individualidade, – que tanto tem nos levado ao egoísmo e ao extremismo, – mas sim focar no coletivo, na contribuição para a sociedade e na construção de um mundo mais significativo e compassivo. E a consequência ao iniciarmos essa trajetória, estabeleceremos dois grandes fatores da existência humana, sendo: a busca pelo propósito e o legado que deixaremos às próximas gerações.

William Silveira é um filho de Mandaguari, securitário formado em Administração, de forte ligação com a literatura e a música, desde a infância.
Ter crescido sem televisão talvez tenha ajudado sua imaginação, pois desde muito novo ele passou a escrever suas histórias e composições, que falavam sobre seus universos imaginários, seus pensamentos conflitantes, suas mazelas diárias e que acabavam sempre em algum pensamento filosófico que nem sempre fazia sentido, mas assim também era a sua mente.