A conta começa a chegar

Ela voltou
O boletim da Covid divulgado na quarta-feira pela Secretaria de Saúde mostra que Mandaguari registrou 110 casos da doença desde o dia 04 de novembro. Desses, 90 ainda estavam ativos quando os números foram apresentados, o que indica um aumento vertiginoso na última semana. A situação também foi confirmada a este colunista com profissionais de saúde que atuam na iniciativa privada, que nos últimos dias constataram um crescimento exponencial no número de positivados.

Sem restrições
Com esse novo aumento dos casos, muitas cidades estão recomendando que a população volte a usar de máscaras em certas situações e até mesmo tornando novamente obrigatório o uso da proteção em alguns ambientes. Mas isso ainda não acontecerá em Mandaguari. De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, pelo menos por enquanto a administração municipal não pretende recomentar a volta do uso das máscaras.

Orçamento
A Câmara de Mandaguari fará uma audiência pública na terça-feira, dia 29, para debater a proposta de orçamento do município para 2023. Será a primeira vez que o Legislativo abre este espaço para a população conhecer onde o poder público pretende aplicar os recursos no ano seguinte e manifestar sua opinião sobre o assunto. Resta saber como será o interesse da sociedade.

Presidência
E falando em Câmara, nos últimos dias as movimentações de bastidores visando a eleição da nova mesa diretora foram intensas. A escolha do novo presidente, vice, primeiro e segundo secretário acontecerá na segunda quinzena de dezembro.

Vereadores
Em Maringá, tramita na Câmara um projeto de lei para aumentar de 15 para 23 o número de vereadores na próxima legislatura e também conceder aos novos edis o benefício do 13º salário (que já é garantido por lei mas que a maioria das Câmaras não adota para evitar o desgaste político). Considerando o número de habitantes, Mandaguari poderia ter até 13 vereadores. Nos últimos anos até houve iniciativas para aumentar o número de vagas no Legislativo, porém elas não foram muito bem recebidas pela população e a ideia acabou não avançando.

Fusão
Foi anunciada esta semana a incorporação do Partido Social Cristão (PSC) pelo Podemos. Com isso a sigla PSC deixará de existir e o Podemos mudará seu número de 19 para 20, que até então pertencia ao PSC. A fusão será formalizada no começo de dezembro a acontecerá porque nas últimas eleições o PSC não atingiu a chamada clausula de barreira (quantidade mínima de votos e de parlamentares eleitos). Com isso, perdeu o acesso aos fundos partidário e eleitoral, tempo de televisão na próxima campanha e o direito de participar dos debates entre candidatos.

Mandaguari
Em Mandaguari o Podemos é presidido pelo professor José Ricardo Donatti e em 2020 apoiou a candidatura de Marcos Jovino para prefeito. Já o PSC era presidido pelo ex-vereador Hudson Guimarães, que foi candidato a prefeito, mas de acordo com os dados da Justiça Eleitoral, a vigência da comissão provisória expirou e não houve renovação, com isso o partido está inativo desde o começo do ano passado.

Show
R$ 100 mil. Esse é o valor que a Prefeitura pagará pela apresentação da dupla Guilherme e Benuto no dia 19 de dezembro. O valor supera o que será pago à dupla Rick & Renner (R$ 95 mil).

Copel
Depois de prometer que manteria a companhia sob o controle do Estado, o governador Ratinho decidiu vender a maioria das ações da Copel, tornando-a uma empresa de capital disperso, ou seja, sem um acionista majoritário. Na prática isso significa que a empresa seguirá exclusivamente as regras de mercado. A oposição tentará barrar a proposta na Justiça, mas dificilmente terá sucesso. Um dos temores é essa mudança acabe aumentando o preço da tarifa de energia e prejudicando os programas que garantem às famílias carentes o acesso à energia elétrica com preços subsidiados.

Tramitação relâmpago
Como a maioria dos deputados estaduais são aliados do governador, o projeto para venda das ações da Copel teve uma tramitação relâmpago. O projeto deu entrada na Assembleia na segunda-feira, recebeu o aval das Comissões Permanentes no dia seguinte, foi levado ao plenário em regime de urgência na quarta-feira e na quinta de manhã já havia sido aprovado em três sessões extraordinárias.

Agricultura
E além da privatização da Copel, o “pacote de maldades” enviado por Ratinho Junior à Assembleia também contém um projeto que aumenta as alíquotas de ICMS de uma série de produtos e outro que cria uma taxação adicional sobre a produção agrícola do estado. Por pressão do agronegócio, este último projeto foi retirado da pauta para “ser melhor discutido com o setor”. O mesmo ocorreu com a proposta que previa aumentar os impostos sobre bebidas refrigerantes. Pressionado por gigantes do setor, como Coca-Cola e Ambev, o governo retirou o projeto de pauta para “discutir melhor com a sociedade”.

A conta chegou
O objetivo desse aumento na carga tributária é compensar as perdas que o Estado vem tendo desde a metade do ano, quando houve a redução do ICMS dos combustíveis e energia. O corte visava segurar os preços desses bens que estavam subindo vertiginosamente e prejudicando os planos eleitorais do presidente Bolsonaro e dos governadores aliados. Na época a medida foi classificada pela oposição como eleitoreira e parlamentares alertaram que essa diferença teria que ser compensada com o aumento nos tributos de outros produtos. Passada a eleição a conta vai começar a chegar.

Mais secretarias
Quando se elegeu em 2018, Ratinho Junior defendia o enxugamento da máquina estatal e a redução no número de secretarias. Agora reeleito, vai criar mais nove secretarias e 450 novos cargos comissionados. A alegação é que isso dará mais agilidade ao governo durante o seu segundo mandato.

Secretário
Uma das secretarias a serem criadas é a de Indústria e Comércio e, segundo nota publicada ontem na coluna no jornalista Ângelo Rigon, está praticamente definido que a pasta será ocupada pelo ex-prefeito de Maringá Silvio Barros. O comando desta secretaria seria parte do acordo que levou o grupo de Ricardo Barros a apoiar a reeleição de Ratinho.

Como votaram I
Dos deputados mais votados em Mandaguari na última eleição, a maioria votou favorável à venda da Copel. Foram eles: Tiago Amaral, Soldado Adriano, Delegado Jacovós e Douglas Fabrício. Os deputados Arilson Chiorato e Tercílio Turini votaram contra a venda da estatal. Já no projeto de aumento do ICMS, apenas Arilson se posicionou contra, os demais votaram a favor do aumento.

O papel do deputado
Quem acompanha a coluna deve se lembrar que antes da campanha eleitoral nós destacamos que a maioria dos eleitores (e das lideranças políticas) adotam um critério equivocado na hora de definir o apoio e o voto para deputado. Em geral leva-se em consideração apenas os recursos que o parlamentar direciona ao município por meio de emendas orçamentárias. O problema é que muitas vezes, com um único voto, o prejuízo que o parlamentar pode trazer para a população supera todos os recursos que ele possa trazer para aquela localidade durante todo o mandato. Esse caso do aumento no ICMS é um exemplo claro disso.

Cheque em branco
Esse pacote de maldades é só uma prévia do que está por vir no Paraná nos próximos quatro anos. Ao reeleger Ratinho Junior no primeiro turno e colocar na Assembleia Legislativa uma maioria esmagadora de parlamentares aliados a ele, a população deu um cheque assinado em branco ao governador. Se agora ele já tem extrema facilidade em passar toda e qualquer matéria de seu interesse no Legislativo, no próximo mandato ele poderá nadar de braçada. A oposição, cada vez mais enfraquecida, pode até fazer barulho, mas não terá força para frear os planos do chefe do Executivo estadual.