Servidores ocupam a Assembleia e deputados ficam ilhados; veja o vídeo

Centenas de servidores ocuparam na tarde desta terça-feira (9) as galerias do plenário da Assembleia Legislativa, no Centro Cívico, em Curitiba. A categoria, em greve há 15 dias, realizou um ato com cerca de 10 mil pessoas, boa parte vinda do Interior do Estado em caravanas organizadas por sindicatos. Em protesto por reajuste nos salários congelados há 3 anos, os servidores passaram entoar gritos contra o secretário Renato Feder, da Educação. 

A ocupação ocorreu logo após discurso do deputado Ricardo Arruda (PSL), que defendeu a proposta do governo, de reposição de 5,09% parcelado até 2022. 

O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), chegou a suspender a sessão por alguns minutos, após servidores forçarem as portas do plenário, quando já era o deputado Tadeu Veneri (PT) quem discursava na tribuna. A sessão foi retomada quando os servidores se acomodaram nas galerias, mas a sessão foi “acelerada” para em seguida ser encerrada com as votações da ordem do dia. A sessão acabou por volta às 16h35.  

Todas os acessos ao plenário da Casa foram fechados, e os deputados e funcionários da Assembleia ficaram impedidos de sair.

Após provocar uma reação de servidores, o deputado Ricardo Arruda saiu antes da invasão. Os demais deputados permaneceram ilhados no plenário. Após o fim da sessão, os parlamentares conseguiram deixar o local normalmente. Alguns funcionários da Assembleia ficaram nervosos com a situação. 

Mesmo com a saída dos deputados do plenário, servidores gritavam “sem a data base da Alep ninguém sai”. 

Seguranças da Assembleia expulsaram profissionais da imprensa que estavam registrando a situação. “Eu trabalho desde 1994 na Assembleia e nunca vi expulsarem jornalistas. Os fotógrafos estão apenas registrando e fazendo o trabalho deles”, discutia um repórter com um dos seguranças. Sem a presença da imprensa, os servidores permaneceram nas galerias. Alguns jornalistas se infiltraram entre os servidores para não serem expulsos. 

Na semana passada, o governador Ratinho Júnior (PSD) apresentou proposta de reajuste de 5,09% parcelado até 2022, com pagamento de 0,5% a partir de outubro deste ano; 1,5% a partir de março de 2020; 1,5% a partir de janeiro de 2021 e 1,5% a partir de janeiro de 2022. As duas últimas parcelas, porém, ficariam condicionadas ao crescimento da receita do Estado em relação ao ano anterior em 6,5% e 7%, respectivamente.

Ontem, o governo apresentou nova proposta, com pagamento de reposição de 2% em janeiro de 2020 e o restante parcelado até 2022 de acordo com o cronograma original. O Fórum das Entidades Sindicais (FES/PR) manteve a posição de defender o reajuste imediato de 4,94%, referente à inflação de abril de 2018 a maio de 2019, mas sinalizou que pode aceitar o parcelamento, desde que os 2% sejam pagos ainda este ano, em outubro. 

O fórum manteve a posição de defender o reajuste imediato de 4,94%, referente à inflação de abril de 2018 a maio de 2019, mas sinalizou que pode aceitar o parcelamento, desde que os 2% sejam pagos ainda este ano, em outubro. Na semana passada, o governador Ratinho Júnior (PSD) apresentou proposta de reajuste de 5,09% parcelado até 2022, com pagamento de 0,5% em outubro deste ano; 1,5% a partir de março de 2020; 1,5% a partir de janeiro de 2021 e 1,5% a partir de janeiro de 2022.

As duas últimas parcelas, porém, ficariam condicionadas ao crescimento da receita do Estado em relação ao ano anterior em 6,5% e 7%, respectivamente. Depois que os servidores rejeitaram esse cronograma inicial e decidiram manter a greve, o governador afirmou que essa proposta seria “final” e que não haveria reabertura de negociações com os grevistas.

O líder do governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri, do PSD, afirmou que a retirada do regime de urgência da votação da proposta de reajuste sinaliza para novas mudanças na proposta. A repercussão negativa do projeto na Assembleia Legislativa, incluindo na base do próprio governo e parlamentares da chamada “bancada da bala”, que representam policiais civis e militares, levou o Executivo a retomar as conversas. 

Diante da nova negociação e a decisão do governo de retirar o regime de urgência, o presidente da Assembleia, Ademar Traiano, disse que a votação da proposta será adiada para agosto, depois do recesso parlamentar de julho. Segundo Traiano, os deputados vão encerrar as votações nesta semana.