OMS lança primeira diretriz sobre canetas emagrecedoras contra obesidade

A Organização Mundial da Saúde divulgou nesta segunda-feira (1/12), uma nova diretriz sobre o uso de medicamentos como liraglutida, semaglutida e tirzepatida no tratamento da obesidade em adultos. A publicação no JAMA representa um marco global ao reconhecer oficialmente essas terapias como parte do tratamento contínuo da doença.

A obesidade já atinge mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e causa 3,7 milhões de mortes por ano. O impacto financeiro também é crescente, com estimativas que ultrapassam 3 trilhões de dólares anuais até 2030. Em países com altas taxas da doença, quase um quinto do orçamento de saúde pode ser direcionado a condições associadas ao excesso de peso.

A OMS recomenda o uso prolongado dos medicamentos, por pelo menos seis meses. No entanto, estudos recentes mostram que mesmo tratamentos de nove meses com doses máximas de semaglutida ou tirzepatida não impedem totalmente o reganho de peso, indicando que o acompanhamento precisa ser contínuo.

A publicação inclui as terapias baseadas em GLP-1 na Lista de Medicamentos Essenciais da OMS. Isso reforça a necessidade de ampliar produção, reduzir custos e facilitar o acesso, já que a oferta atual não atende nem 10% da demanda global. A organização aponta alternativas como fabricação local e ampliação da concorrência.

Mesmo com os avanços, a OMS reforça que medicamentos não substituem políticas públicas. Combater a obesidade exige ações estruturais que envolvem educação, alimentação saudável, regulação de ultraprocessados, melhoria dos espaços urbanos e fortalecimento da atenção primária.

Para o Brasil, o alerta é urgente. O país convive com aumento constante de sobrepeso e obesidade e ainda não possui uma política nacional robusta e permanente para lidar com o problema. A nova diretriz indica que o momento de planejar ficou para trás. Agora é necessário agir e decidir se o Brasil será protagonista na principal mudança global do século sobre o enfrentamento da obesidade ou se continuará apenas observando.

Com informações de Veja Saúde