De Mandaguari para o mundo
De volta à Mandaguari, Yasmim Rais conta como foi fazer intercâmbio no Canadá e as descobertas que mudaram sua forma de ver o mundo
Quem vê o sorriso fácil e o jeito tranquilo da mandaguariense Yasmim Rais nem imagina quantas histórias ela carrega na bagagem depois de uma temporada no exterior. A mandaguariense acaba de voltar de uma experiência inesquecível no exterior. Depois de passar uma temporada em Montreal, no Canadá, e viver dias intensos, a jovem compartilhou suas impressões sobre o intercâmbio, que trouxe muito aprendizado, descobertas, desafios e um bom “choque cultural”.
A jovem, que trabalhou por quase cinco anos na Agora Comunicação, conversou com a reportagem do Portal Agora sobre as descobertas, os choques culturais e o que aprendeu durante o período em que morou em Montreal, uma das cidades mais multiculturais do mundo.
“Foi uma experiência transformadora. A gente muda o nosso ponto de vista quando conhece pessoas de diferentes países e culturas. É uma troca que faz a gente repensar muita coisa da nossa vida”, conta.
“Foi um choque cultural, mas no bom sentido”, brinca Yasmim logo no início da entrevista. Segundo ela, o que mais chamou sua atenção no Canadá foram as pequenas diferenças do dia a dia. “A gente pensa que todo mundo faz as coisas do mesmo jeito, mas não! Até a forma de contar nos dedos é diferente”, contou rindo.
Durante uma aula com colegas de várias partes do mundo, ela percebeu que no Oriente Médio as pessoas começam a contagem pelo dedo mindinho, enquanto em alguns países da Europa o primeiro é o polegar. “Ficamos todos tentando imitar uns aos outros, foi muito engraçado”, relembrou ela.
Mas as descobertas não pararam por aí. Yasmim ficou encantada com o jeito de Montreal. “É uma cidade multicultural e isso é incrível. Eles trocam de idioma com uma facilidade absurda. Enquanto pra gente é algo extraordinário, lá é super normal falar três línguas”, comentou.
Nas ruas ela escutava francês, inglês, espanhol e muitas outras línguas, tudo junto e misturado, mas de uma forma harmônica. “Essa convivência faz as pessoas serem mais abertas, mais compreensivas. Lá ninguém se importa se você é diferente e isso é muito bonito”.
Lições e comparações com o Brasil
Apesar de ter se encantado com o país, Yasmin também viu pontos que a fizeram valorizar ainda mais o Brasil. Ela confessa que precisou se acostumar com algo que achou meio “estranho”: a cultura das gorjetas. ““Lá tem uma cultura muito forte da gorjeta e praticamente tudo o que você consome vem com taxa e ainda é esperado que você dê uma gratificação extra. Às vezes, você só quer tomar um café e já precisa pagar a mais por usar o espaço”.
Além disso, há taxas e impostos em cima de tudo que se compra no país, isso também a pegou de surpresa: “Você vê um preço e quando vai pagar tá bem mais caro. No começo achei meio complicado”.
Apesar disso, Yasmim reconhece que cada cultura tem seu jeito e que as diferenças fazem parte da beleza de viajar e conhecer lugares novos e diferentes.
Por outro lado, ela se surpreendeu com a educação e a organização dos canadenses. “Eles têm uma cultura da limpeza e de respeito muito forte, é impressionante. A gente percebe que dá pra aprender muita coisa boa com eles”.
Ela comentou também sobre como os estrangeiros enxergam o Brasil. “Muita gente de lá associa nosso país à violência, mas quando eu contava que sou de Mandaguari, uma cidade tranquila no interior do Paraná, todos se surpreendiam. Eu dizia: ‘É uma cidade pequena com quase 40 mil habitantes, onde todo mundo se conhece’. Eles achavam incrível saber que existem lugares assim no Brasil”.
Entre Montreal e Mandaguari
Quando o assunto é escolher entre o Canadá e o Brasil, Yasmim não pensa duas vezes, ou quase. “Ai, é difícil, viu? Eu me apaixonei por Montreal, por tudo que vivi lá, mas o Brasil sempre vai ser o meu lugar”. Ela confessa que, por mais que admire o desenvolvimento e a diversidade do Canadá, nada se compara ao carinho de estar em casa: “É igual o Júlio César Raspinha falou na entrevista, a gente sempre quer voltar pra casa. Eu posso conhecer o mundo, mas vou sempre escolher o Brasil e Mandaguari”.
Mesmo encantada com a experiência, ela confessa que nada se compara a estar em casa. “Eu me apaixonei por Montreal, mas o Brasil sempre vai estar no meu coração. A gente sempre quer voltar para casa, não tem jeito. É o meu país, é onde estão as minhas raízes”, afirmou emocionada.
O retorno também foi marcado por reencontros cheios de emoção. A avó de Yasmim, dona Cláudia, foi uma das mais felizes com a volta da neta. “Ela me abraçou e pediu pra eu prometer que não ia mais viajar”, contou rindo. “Mas eu disse que não podia prometer porque depois que a gente viaja uma vez dá vontade de ir de novo!”.
Com o brilho nos olhos de quem viveu algo transformador, Yasmim resumiu a experiência em uma frase que cabe perfeitamente no espírito da viagem: “Foi um choque cultural sim, mas um choque bom que me fez enxergar o mundo com outros olhos”.
Além da bagagem cultural, Yasmim voltou com uma visão de mundo diferente. “A gente percebe que dá muita importância para coisas pequenas. Lá fora eu aprendi a olhar a vida de outro jeito, a ser mais grata e a valorizar o essencial. Foi uma virada de chave”.
Antes de encerrar a entrevista, Yasmim deixou um agradecimento especial aos seus ex-colegas de trabalho e ouvintes da rádio Agora FM (87,7). “Muita gente mandava mensagem pra mim enquanto eu estava fora. Isso me fez me sentir próxima de casa mesmo estando longe. Sou muito grata a todos!”.
Yasmim Rais é um exemplo de jovem que leva o nome da cidade e do Brasil para o mundo e volta com novas ideias, aprendizados e a certeza de que o intercâmbio não é apenas uma viagem, mas uma lição de vida.“É difícil descrever o que vivi lá, mas sem dúvida nenhuma foi uma experiência que me fez crescer, amadurecer e me apaixonar ainda mais pelo Brasil”, finalizou ela.
