Saúde mental e corpo: quando a mente pesa no organismo

Ansiedade e depressão são muito mais do que emoções. No Brasil, atingem cerca de 18 milhões de pessoas com ansiedade e 12 milhões com depressão, números entre os mais altos do mundo. E seus efeitos vão além da mente: impactam o coração, o metabolismo, a imunidade e até o sono.

O coração sente de perto esse peso. Em momentos de ansiedade, batimentos aceleram, a pressão sobe e hormônios do estresse como o cortisol se mantêm elevados. Quando isso se repete, aumenta o risco de hipertensão, arritmias, infarto e AVC. A depressão, por sua vez, é reconhecida como fator de pior prognóstico após eventos cardíacos.

O metabolismo também sofre: pode haver alteração do apetite — comer demais em busca de alívio ou perder totalmente a fome — além de desregulação da glicose no sangue. O corpo tenta lidar com o estresse, mas em longo prazo isso favorece ganho de peso, resistência à insulina e piora do controle do diabetes.

A imunidade fica enfraquecida. Pessoas com ansiedade ou depressão ficam mais vulneráveis a infecções e apresentam inflamação crônica de baixo grau, condição ligada a doenças cardiovasculares e até autoimunes. O sono também entra nesse ciclo: ansiedade gera insônia; a depressão pode causar tanto falta quanto excesso de sono. O resultado é um descanso ineficaz, que perpetua a exaustão.

A boa notícia é que corpo e mente podem ser cuidados juntos. Alimentação equilibrada, atividade física regular, sono adequado e redes de apoio são pilares fundamentais. Caminhadas, boa nutrição, momentos de lazer e conexão social reduzem estresse e protegem o coração. Terapia, psicoterapia e grupos de apoio completam esse cuidado integral.