Detrans reagem a proposta de fim da obrigatoriedade das autoescolas

A proposta do governo federal de eliminar a exigência de aulas em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) provocou reação imediata por parte da Associação Nacional dos Detrans (AND). Em nota divulgada nesta terça-feira (29), a entidade destacou que acompanha com atenção e seriedade o debate sobre mudanças no processo de formação de condutores e alertou para a necessidade de manter o foco na segurança viária.

O presidente da AND, Givaldo Vieira, enfatizou que a educação no trânsito deve ser o pilar central de qualquer política pública voltada à mobilidade urbana. Segundo ele, apesar da necessidade de ampliar o acesso à habilitação, isso não pode significar a perda da qualidade no processo de ensino aos futuros motoristas.

“Vivemos em um país que ainda convive com um elevado número de condutores não habilitados. Por isso, qualquer alteração nas regras precisa preservar e, se possível, reforçar a qualidade da formação”, afirmou Vieira. Para ele, medidas que facilitem o acesso à CNH devem caminhar lado a lado com a responsabilidade na formação.

A AND também informou que está mobilizando os presidentes dos Departamentos Estaduais de Trânsito para organizar uma agenda de diálogo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e o ministro dos Transportes, Renan Filho. A ideia é apresentar a posição dos Detrans e discutir os impactos da proposta no sistema de habilitação nacional.

A discussão sobre o fim da obrigatoriedade das autoescolas ainda está em fase inicial, mas já acende alertas entre os especialistas em segurança viária, que temem um retrocesso na formação de motoristas e um possível aumento nos riscos de acidentes nas ruas e estradas do país.