Comunicar é um chamado

Entrei no curso de Direito buscando segurança, estabilidade e um caminho sólido. Por um tempo, acreditei que era ali o meu lugar. Mas, conforme os semestres passavam, algo dentro de mim inquietava. Um desejo crescente de contar histórias, de estar perto da realidade, de fazer da palavra uma ponte entre as pessoas.

A voz da Comunicação, que sempre me acompanhou nos bastidores, nas apresentações da escola, dentro da igreja, em projetos sociais e entre amigos, começou a falar mais alto. E eu precisei escutá-la.

Mudar de curso não é fácil. Exige coragem para reconhecer que a vida, às vezes, nos leva por outras vias. Tive medo, dúvidas, mas também um forte sentimento de reencontro comigo mesmo. Trocar o Direito por Comunicação e Multimeios não foi uma desistência. Foi um retorno ao que me fazia vibrar: comunicar, escrever, informar, usar a criatividade como ponte para novos horizontes.

Essa decisão ganhou ainda mais sentido quando conheci a trajetória de Júlio César Raspinha, diretor da Agora Comunicação, hoje uma das vozes mais queridas do rádio local. Ele também cursou Direito, mas nunca abandonou o sonho de ser jornalista. Mesmo depois de formado, decidiu seguir o coração, estudou Jornalismo e hoje exerce a profissão com paixão e entrega. Sua história mostra que não existe tempo errado para recomeçar. Existe o tempo certo para ouvir o que realmente nos move.

Foi na rádio, inclusive, que encontrei meu primeiro espaço para entender esse sonho e tomar minha decisão. Com o Portal Agora completando 13 anos, fica evidente como sua história é marcada por reinvenção constante, abertura a novas vozes, formação de talentos e compromisso com uma comunicação eficaz.

Comunicação não é apenas uma profissão, é um chamado. Uma ponte entre o que somos e o que o mundo precisa ouvir. Acredito que todos têm um propósito, e Deus permite que cada um viva o seu. Se há algo que aprendi nessa mudança de rota, é que não há vitória maior do que viver com propósito. Porque, quando comunicamos com o coração, tudo ganha mais sentido, inclusive a nossa própria história.