Avicultura de Mandaguari movimenta cerca R$ 250 milhões por ano
A médica veterinária Raquel Rodrigues Maia é a nova fiscal de Defesa Agropecuária do escritório da ADAPAR (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), em Mandaguari. Em entrevista, ela falou sobre o papel da agência, os cuidados sanitários com a avicultura e o cenário atual da gripe aviária.
Segundo Raquel, o trabalho da ADAPAR é voltado para programas oficiais de controle de doenças que impactam a economia e também representam risco à saúde humana, como a brucelose, tuberculose e febre aftosa. A atuação da agência visa garantir segurança alimentar e viabilizar a produtividade no campo, especialmente na produção de proteínas de origem animal, como carne, ovos, leite, mel, entre outros.
Avicultura em Mandaguari
Mandaguari tem hoje cerca de 4 milhões de aves alojadas, número que pode variar ao longo do ano, especialmente na avicultura de corte. Atualmente, 44 explorações avícolas estão registradas na cidade, sendo 37 de postura e 7 de corte. Mesmo em menor número, a avicultura de corte é a mais representativa no município.
“O registro é obrigatório para todas as granjas comerciais, independentemente da quantidade de aves. A estrutura precisa seguir medidas mínimas de biosseguridade, como controle de acesso, cerca, telas, troca de roupas e calçados, higienização e destinação adequada de carcaças e dejetos”, explicou.
Apesar de um crescimento desacelerado nos últimos anos, por conta do alto custo de construção de aviários após a pandemia, o Paraná segue como referência nacional em biosseguridade. Isso tem ajudado a manter o estado livre da gripe aviária nas criações comerciais.
Gripe Aviária: prevenção e vigilância
Raquel afirma que não houve nenhum caso confirmado nem suspeito da doença em Mandaguari, e que o Paraná segue monitorando ativamente o plantel. Em 2024, mais de 7 mil coletas foram feitas em propriedades rurais, sem qualquer resultado positivo para gripe aviária ou doença de Newcastle. Além disso, todas as granjas de postura estão passando por vistorias sanitárias. “Estamos reforçando a fiscalização para garantir que a estrutura e as medidas de prevenção estejam em dia”, afirma.
Ela também reforça a importância da notificação de sintomas suspeitos, como mortalidade súbita e alta de aves, sinais respiratórios, alterações em ovos e mudanças de cor na crista e barbela das aves. Qualquer pessoa pode realizar essa notificação à ADAPAR, que irá até o local para realizar as análises necessárias. Essa agilidade é fundamental para conter um possível foco da doença e evitar sua disseminação.
Números da produção
Em média, Mandaguari registra cerca de 3 milhões de aves abatidas por mês, o que representa aproximadamente 40 milhões de abates por ano. A atividade movimenta cerca de R$ 250 milhões anuais no Valor Bruto de Produção (VBP) da cidade, número expressivo para um município com cerca de 40 mil habitantes.
O município conta com dois frigoríficos: Aurora, com inspeção federal e habilitado para exportação, e o Franco Paraná, com inspeção estadual.
Atualização de rebanho
Raquel finalizou destacando a importância da atualização do rebanho, exigida anualmente nos meses de maio e junho. “Esses dados são essenciais para ações rápidas em casos de emergências sanitárias. O prazo final é 30 de junho, e todos os produtores devem fazer”, reforça.