O que esperar das eleições presidências de 2026
Com o fim das eleições municipais, os olhos se voltam para o cenário das eleições de 2026, em especial para Presidente da República.
Parece improvável que o Presidente Lula, tenha condições de saúde para outra disputa eleitoral. Em 2026, Lula terá mais de 80 anos, saúde debilitada (recentemente passou por um procedimento cirúrgico na cabeça, para tratamento de hemorragia intracraniana, decorrente da queda que sofreu, estando ainda internado na UTI do hospital Sírio-Libanês) problemas antigos ligados a corrupção do seu governo e que redundaram inclusive na sua prisão (embora tenha sido anulada posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal) e muito provavelmente, não disputará novamente a eleição.
O PT (Partido dos Trabalhadores), não possui um nome forte para disputada do cargo, já que Fernando Haddad, Ministro da Fazenda vai muito mal na condução da economia. Um nome pouco comentando, mas que pode aparecer, é o de Janja (Rosangela Lula da Silva), atual esposa de Lula, muito embora, ao xingar Elon Musk (Ministro indicado por Trump, e dono da X, antigo Twitter), deu um tiro no próprio pé.
Como se nota, o cenário para o PT é ruim, e era de se esperar que a oposição estivesse bem preparada e articulada para as eleições de 2026. Ledo engano! O PL (Partido Liberal), cujo maior expoente é o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, se encontra com inúmeros problemas. Bolsonaro provavelmente estará inelegível para as eleições de 2026, e ainda, terá muito a explicar sobre o golpe militar planejado, inclusive com articulação para matar Alexandre de Moraes (Ministro do Supremo Tribunal Federal), Lula (Presidente) e Geraldo Alckmin (Vice-Presidente) e que redundou na prisão de inúmeros militares, além do indiciamento do próprio ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.
Durante a eleição presidencial de 2022, muitas pessoas me perguntaram, porque votei em Simone Tebet. A resposta é bem simples: Lula pode ter sido absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (em uma decisão técnica, que indicou a parcialidade de Sergio Moro), mas para aqueles que leram o processo completo de sua condenação, tem ciência dos atos praticados pelo mesmo e que a sua condenação estava correta. Por outro lado, sou um grande defensor da democracia, e a tentativa vã, pueril, fútil, de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, realizadas por Bolsonaro, já indicavam o cenário de caos, em caso de sua derrota na eleição.
Para ficar no simples: todos os anos são abertos prazos para que qualquer pessoa possa indicar falhas, fraudes, nas urnas eletrônicas. A cada eleição, o sistema é aprimorado, além de haver rigorosa inspeção da justiça eleitoral, inclusive no dia da eleição.
Enfim, com Bolsonaro provavelmente fora da disputa, com seus filhos envolvidos em problemas judiciais, com Tarcísio de Freitas (Governador de São Paulo) com reeleição garantida para Governador, parece provável que Michelle Bolsonaro será a bola da vez.
Com todo respeito, imaginar uma disputa de segundo turno entre Janja (PT) e Michelle (PL) é o apocalipse zumbi. Um nome novo e que poderia aparecer é o de Pablo Marçal, porém, provavelmente também estará inelegível, após apresentar um laudo falso há dois dias do pleito eleitoral. Aliás, é interessante analisar o fenômeno Pablo Marçal: acompanhei todos os debates em São Paulo e via com bons olhos sua eleição, até mesmo para averiguar se suas promessas seriam exequíveis. Porém, tudo indica, que Marçal nunca quis ser prefeito de São Paulo e usou a eleição para se promover (ainda mais). Pesquisas indicavam empate tríplice em São Paulo, e Marçal (estrategista nato) sabia que sua única chance de ganhar o segundo turno, era contra Boulos. Assim, o laudo apresentado dois dias antes do pleito e que afetava Boulos, foi um tiro no pé, seja por ser falso (e com isso ter perdido muitos votos para Nunes), ou se fosse verdadeiro, e Boulos perdesse votos, implicaria em um segundo turno contra Nunes, e com quem não tinha a mínima chance de vencer (os votos de Boulos migravam em sua esmagadora maioria para Nunes).
Nesse cenário, fica claro que Marçal, ao se lançar candidato, se tornou ainda mais conhecido (hoje quase em todo o Brasil), e com isso, poderá vender seus cursos e outros produtos pelo triplo ou quadruplo do valor, e que jamais desejou ser prefeito, já que quando viu a chance real disso aconteceu, se autossabotou.
Quem sabe, novas lideranças surgirão, e o Brasil, entenda que dividir o país em direita e esquerda não significa mudanças. Para mudar o país, é necessário mudar as estruturas, o que hoje, nem políticos de direita e nem de esquerda querem. A reestruturação do país, passa por mexer em um dos poderes mais corruptos da tripartição: o judiciário.
Quanto mais se sobe na hierarquia do poder, mais corrupto se torna o poder judiciário. Para mudar o país, é necessário ter um poder judiciário autônomo, justo e independente, o que não ocorre hoje. Para tanto, é necessário acabar com a farra das aposentadorias compulsórias (hoje juízes e promotores que praticam atos ilícitos, tem como “punição” a aposentadoria compulsória), e principalmente, preencher todos os cargos (Ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas da União, bem como dos conselheiros dos tribunais de contas dos estados e do Distrito Federal e outros) por meio de concurso público, evitando nomeações por amizade e fins escusos.
A verdade é que o senso de justiça e honestidade, não provém da direita ou da esquerda, mas daqueles que pensam em um país sério, justo e igualitário e que dê oportunidades a todos os seus cidadãos. Para mudarmos o país, é necessária uma mudança de mentalidade da nossa população, porque a corrupção dos políticos, nada mais é, do que o reflexo da sociedade em que vivemos.
Wanderley Lukachewski Jr.